terça-feira, 21 de dezembro de 2010

saldo positivo

2010 inconstante, intenso e imprevisível.

ano de mudanças, e como ele mudou. aliás, está mudando. afinal, o ano não acabou ainda e 2011 só começa depois das férias. nem todas as mudanças foram agradáveis, mas o bom das mudanças é que se você não gosta delas, pode mudar novamente e tudo muda.
o que mais mudou nele foram seus conceitos. muitos vieram abaixo e muitos foram erguidos. uma constante construção que o fez enxergar com novos olhos, ultrapassar novos horizontes e desmistificar paradigmas.
fez tantas coisas que condenava, outras tantas que achava que não era capaz de fazer; conheceu novos lugares, novas crenças, novos modos de ver, novos sabores, novas sensações, novas amizades, novas paixões, novos modos de dormir, novas camas...
quando pensava em como foi, sempre desejava não ter feito muitas coisas e feito muitas outras, mas depois logo acreditava que tudo aquilo moldava seu caráter e o transformava, lentamente, no que ele queria ser.
ouviu conselhos, assistiu filmes, cheirou travesseiros, experimentou sabores, tocou lábios. ou, quem sabe, ouviu lábios, assistiu conselhos, cheirou sabores, experimentou travesseiros, tocou filmes. uma sinestesia que o confundia e o embriagava.
realizou sonhos, perdeu algumas coisas e ganhou outras.
balanceamento? saldo positivo a favor do nosso herói.

e que venha 2011. :)

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

lembranças

tudo hoje significou muito mais do que simplesmente a coisa. camiseta, dvd, vela... são as pequenas lembranças que eu vou levar comigo por todos os dias! tudo vai deixar saudade, tudo vai ser lembrado...





...porque cada pessoa que cruza nossos caminhos é única, e ela não é só. quando passam por nossas vidas, deixam um pouco de si, levam um pouco de nós.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

o amor é um constructo social

e pinto!

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

muito mesmo

e a única coisa que eu peço a Deus agora, é pra não pensar nos momentos perfeitos que eu tive ao seu lado e o quanto eu me sentia completo com você.
às vezes eu penso que tudo bem você estar comigo pra esquecer dele. se assim, ao menos, eu puder estar com você.
será que eu não fui bom o bastante?
eu sei que isso vai passar, mas até lá o que eu faço? leio o que você escreveu no meu celular e choro, ouça músicas tristes e choro, penso em você e choro ou só choro?
obrigado por me trazer de volta à vida. vou sentir sua falta. muito!



you are the only exception... ♪

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

sinner or saint?

Foi uma aventura... e foi divertida. Apesar da sensação de que ela não se repetiria -não com a mesma pessoa- toda aquela adrenalina ainda pulsava em seus vasos sanguíneos e o faziam desejar mais daquilo. Muito mais.
Seu senso do que é certo ou errado já estava bastante prejudicado, e ele talvez nem se importasse mais com algumas opiniões e com a sua própria trajetória que modelara seus julgamentos sobre ele mesmo.
Se era pecado, sinto muito, mas ele não podia mais negar a si mesmo. E, bem no fundo, ele tinha uma sensação de que nada mais importava se ele se aceitava.
O que os outros vão dizer vai apenas reforçar a ideia de que se importar com superficialidades e preconceitos já não o deixavam mais tão incomodado assim.
Sabia que não era o único cometedor do que ele anteriormente já havia julgado como um ato condenável e passível de castigo.
A partir daquele dia, estava aproveitando. Com um sorriso no rosto e uma mochila nas costas, indo pra faculdade. Aproveitando.
Só conseguia cantar uma música enquanto caminhava e ela era mais ou menos assim:


"And they say there's a heaven for those who will wait.
Some say it's better but I say it ain't.
I'd rather laugh with the sinners then cry with the saints.
Sinners are much more fun,
You know that only the good die young"

domingo, 19 de setembro de 2010

on my radar.

ter te tocado, ter te beijado, ter te mordido... ter estado com você, ter sentido teu cheiro, ter provado teu gosto... ter te abraçado, ter te feito carinho, ter te dado um ombro pra deitar...
ninguém vai apagar essas experiências da mente do garoto. ninguém jamais as apagará. muito mais do que dois garotos no cinema, eles eram cúmplices. eles estavam lá, juntos, se entregando.
o filme pouco importava. os outros no cinema importavam menos ainda. o que importava era o momento, a situação e, o que mais importava -pelo menos para o universitário- era a companhia.
com certeza aquele momento habitará por muito tempo o top10 momentos felizes da memória dele.
se questionava quanto tempo durava uma semana. com certeza aquela demoraria muito mais pra passar. queria denovo. queria mais. precisava provar denovo do seu vestibulando. seu vestibulando favorito! aquele que o fazia perder o sono e que deixava-o ansioso. sabia que demoraria, mas a certeza de vê-lo denovo compensava qualquer delay. como é bom esperar por algo. como é bom ter a sensação de que você está movendo sua vida à espera de um momento. e como é melhor ainda saber que outra pessoa está fazendo o mesmo. pelo mesmo momento. aquilo fazia-o tão bem...



"you're on my radar..." ♪

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Ira

naquela hora não sabia se agradecia ou lamentava o fato de não ter uma arma. porque mataria alguém sem pensar duas vezes tamanha sua raiva.
se há duas horas atrás já estava puto, agora estava com o demônio no corpo; tamanho seu ódio.
praguejava aos quatro ventos tudo e todos e não se importava se o ouviriam ou não. só queria extravasar sua raiva. tentava, dessa forma, aliviar sua tensão. era sua forma estranha de dividir com o mundo o peso do fardo que carregava. não bastasse o programa de sexta-feira a noite cancelado por motivos alheios a sua vontade e sua internet que insistia em aborrecê-lo, também teve que de se alterar com um amigo de longa data pelo qual possui muito apreço.
depois de rodar o quarto inúmeras vezes, bater na parede e ser até interrompido pelo vizinho tocando a campainha, dizendo que já estava na hora de parar de esmurrar tudo, deitou na cama e começou a pensar.
perdido em seus devaneios, desistiu de praguejar e adormeceu.



Ira, s.f. :
1.Paixão que incita toda a nossa agressividade contra alguém ou algo;
2.Raiva, cólera, fúria;
3.A ira é um dos sete pecados capitais.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

music is life

Ao som altíssimo de Katy Perry no computador, vestiu o velho jeans preto que o acompanhara em tantas ocasiões e a polo que mais gostava. Com as chaves do carro na mão decidiu que não perderia outra noite no mofo de casa. Ao contrário, prometeu para si mesmo que voltaria apenas depois que o sol desse as caras; nem que tivesse de passar a noite toda vagando pelas ruas da cidade a procura de diversão.
Estava munido com um cd da P!nk, para ouvir num volume ensurdecedor, sua carteira e seu celular... além de muita vontade de aproveitar tudo que a noite pudesse lhe oferecer, permitindo-lhe esquecer seus problemas com sua iniciação científica, abstrair a nota miserável que obtivera na prova de neuroanato e irrelevar o recente término do seu relacionamento de quase quatro meses.
O último, aliás, era o motivo maior de só restarem três ou quatro bombons na caixa de chocolate dentro armário -comprada no dia anterior. Comeu tanto chocolate que podia sentir espinhas querendo brotar na sua pele; o que, por sorte, não aconteceu.
Desceu as escadas e o perfume podia ser sentido da outra esquina. Se queria se divertir tinha de estar apresentável. Entrou no carro, aumentou o som até encontrar um volume que pudesse abafar qualquer outro ruído vindo de fora. Dirigiu pelas ruas da cidade, olhava com atenção a entrada das boates até que achasse alguma que o agradasse; e não demorou muito para encontrar!
Estacionou e desceu do carro. Atraiu todos os olhares para si próprio, e não era pela beleza -pelo menos não acreditava que fosse- era pela auto-confiança que depositava em si mesmo naquela noite. Queria esquecer tudo, principalmente do seu último bad romance!
Pôs os pés na casa noturna e se deixou hipnotizar pela música que o dj tocava. Flutuou até a pista de dança e deu início ao que ele pretendia chamar de "a melhor noite da sua vida".
E a música tocava num som quase tão ensurdecedor quanto as que antes ouviu...


get outta my way, get outta my way. got no more to say, he's taken your place. get outta my way... ♪

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Cacos de Vidro

Olhava no chão o copo quebrado. O sinal da última discussão. O motivo era sempre o mesmo: ciúme. Por mais que fizesse, nunca agradava. Por mais que tentasse evitar a confusão, esta sempre o achava. Tentava, inutilmente, entender como entrara num relacionamento assim. Tentava imaginar como se deixara envolver tão facilmente. Como caíra naquela lábia. Ele que sempre se disse o ajuizado do grupo. Ele que sempre se mostrou mais centrado, que procurava alertar os amigos sobre relacionamentos duvidosos... Por ironia do destino via-se, naquele momento, afundado num relacionamento no qual desejava nunca ter entrado. Sabia que quanto mais o tempo passava e mais tentava se livrar daquele ser pegajoso, pior a situação ficava.
Enquanto encarava, descrente, os estilhaços de vidro espalhados pela cozinha, refletia sobre como poderia colocar um ponto final naquele relacionamento que já havia durado tempo demais. Virava os olhos por todos os cantos procurando uma solução que pudesse, minimamente, agradar as duas partes. Depois de muito ranger os dentes e coçar a cabeça, muniu-se com a melhor ideia que tivera e foi para o quarto, tentar dialogar.
Girou a maçaneta devagar, suavemente. Mal terminou de abrir a porta e veio certeiro em sua direção. Atravessando seu pulmão direito, o primeiro tiro varou as suas costas e encontrou a parede atrás do garoto. O segundo estouro passou de raspão por cima de seu ombro. Com os olhos arregalados, encarando a fúria daquele que um dia pensou que poderia amar, balançava a cabeça em sinal de negação, procurando evitar que as coisas ficassem ainda piores. Apesar de querer gritar, estava afônico.
Foi então que o assassino puxou o gatilho novamente. O terceiro tiro perfurou seu coração. O garoto caiu ajoelhado em frente a porta. Duas lágrimas rolaram de seus olhos. Já sem vida, tombou para frente batendo com a cabeça na cama tão forte que derrubou o abajur. Este caiu no chão e espatifou-se. Mais cacos de vidro...

sábado, 7 de agosto de 2010

Hey, dad.

Hey, dad, look at me. Think back and talk to me... Vamos conversar um pouco sobre os últimos dezenove anos?
Minhas memórias sobre você são poucas e não há nenhuma sequer onde você me dá um beijo de boa noite. Era assim que você gostaria que eu me lembrasse de você? Definitivamente não era assim que eu gostaria de me lembrar de você.
Sabia que eu sempre quis te imaginar como um herói? Mas no final você sempre, de alguma forma, se transformava no vilão da minha história. Por mais que eu tentasse não encontrava um final onde visse você se dando bem na minha imaginação.
Sabia que por sua culpa eu tive que escutar durante toda minha vida que era o “homem da casa”? Mesmo, por um longo tempo, não tendo maturidade nem pra dormir sozinho, já era obrigado a carregar o peso da responsabilidade de cuidar da minha mãe... e de mim mesmo. Você acha que eu vou esquecer disso?
Sabia que enquanto todos os meus amigos de classe faziam, felizes, presentes pros pais no “Dia dos Pais”, eu tinha vontade de jogar o seu presente na lareira? Pra te mostrar onde eu achava que você merecia estar, no meio da dor. A mesma dor que você me fez passar todos os dias dos pais que dei presentes materiais pra você, mas que não tinham sentimento algum. Porque você nunca me ensinou o que é sentimento.
Você sabia que eu te defendia todas as vezes que minha avó te xingava? Essa defesa, na verdade, era pra tentar negar na minha mente a única imagem que conseguia fazer de você: aquele que me abandonou.
Você sabia que eu senti falta de crescer com alguém do meu lado pra conversar sobre assuntos de homem? Sabia que eu tive dúvidas que não quis falar com a mamãe e fui aprender, o que deveria ter aprendido com você, através dos amigos de escola?
Sabia que eu rezava por você à noite? E, ao contrário de todas as crianças normais, eu pedia que você tivesse juízo, ao invés de pedir que você me protegesse e nunca me abandonasse -coisa que você já tinha feito.
Sabia que, por muitas vezes, te chamar de “pai” parece um insulto à palavra? E isso me dói tanto... Não conseguir ver em você o “pai” que eu gostaria de ter. Procurar em outros a figura paterna em quem me espelhar nunca foi fácil; e aceitar que eu nunca teria esta figura realmente presente na minha vida -principalmente no tempo que eu precisei- me fez chorar várias vezes.
Agora eu tenho dezenove anos. Já estou na faculdade e daqui cinco anos me formarei. Eu sobrevivi, eu consegui superar a falta que você me fez. E agora, quando olho pra você, a única coisa que sinto é pena. Porque foi nisso que você se transformou. Um cidadão digno de pena.
Obrigado por nada.

domingo, 25 de julho de 2010

fones de ouvido, lágrimas e chuva...

Com o fone de ouvido envolto ao pescoço percorria as ruas em silêncio. O olhar desconsolado denunciava que nem ele mesmo sabia para onde estava indo. Suas pernas se movimentavam quase que espontaneamente arrastando todo o seu corpo pela direção que elas queriam.
Andando pelo muro podia ver as estátuas de anjos lá dentro. Ao ficar frente a frente com o portão de ferro hesitou em entrar. Talvez fosse melhor permanecer na dúvida e fingir que tudo continuaria como sempre foi. Mesmo conflituoso dentro de si, adentrou. Com o local anotado em pedaço amassado de papel procurou até encontrar o que era melhor não ter encontrado.
Ajoelhou-se frente ao túmulo e tirou o fone do pescoço. O nome na lápide confirmava a notícia que ele havia desejado ser mentira. As primeiras gotas de chuva começavam a cair, assim como as lágrimas em seus olhos. Cabisbaixo, gritou. Um grito que vinha de dentro do seu coração. Agora vazio. Sem o melhor amigo. Inundou todo o cemitério com o grito que ecoava ao longe. Desejava ele poder, com o som, acordar do sono profundo o companheiro. Em vão.
Soluçando, com o rosto coberto por lágrimas, lançou as mãos à grama recém-colocada. Agarrou com força. Queria, com aquele gesto, aproximar-se do amigo. Da única pessoa na qual ele confiava. Aquele para o qual o cargo “melhor amigo” fora criado.
A chuva começou a cair intensamente. A água lavava seu corpo, mas não sua alma. A tristeza de perdê-lo. A dor de nunca mais ter seu ombro amigo. A raiva de si mesmo por não ter se despedido... e pior, por ter brigado com ele dois dias antes do acidente. Por ele ter partido sem o dar a chance de pedir perdão.
As lágrimas se confundiam com a chuva. Talvez, na verdade, a chuva fossem as suas lágrimas. Lá de cima alguém estava ajudando-o a libertar-se do sofrimento mandando aquela água para que ele exprimisse todo o sentimento dentro de si.
Ainda curvado sobre a grama, diante da lápide, sussurrou um pedido de desculpas, jogado pra fora por seu coração apertado. Naquele momento sentiu-se abraçado. Sabia que ele estava ali. Que era ele quem o estava abraçando. Reconhecia o abraço do melhor amigo. Pela primeira vez desde recebida a notícia de sua morte, ele esboçou um sorriso. Sabia que seu amigo também havia partido chateado com a discussão que tiveram e sabia que haviam se reconciliado ali.
A chuva ainda caia sem sinal de que pararia tão cedo. Ficou ali por mais um tempo. Sentindo o abraço que nunca mais sentiria pessoalmente. Mas, de um modo inexplicável, carregaria para sempre consigo. E sabia que estava mais seguro com aquele abraço. Sabia que seu amigo olhava por ele lá de cima esperando o dia do reencontro. Se abraçarão novamente.
Talvez a chuva, na verdade, fossem as lágrimas do seu amigo. Ao tocar o seu rosto, ele demonstrava sua tristeza e sua saudade, lá de onde estava. Talvez o encontro da lágrima com a gota da chuva fosse o sinal de que eles estariam juntos apesar da distância. Daquele dia em diante sempre que chovia o garoto deixava se molhar. Ainda que fosse uma única gota. Para sentir o toque do amigo, que ele jamais esqueceria.

domingo, 23 de maio de 2010

Open your heart

"Já escurecia quando voltava para casa naquela sexta-feira. O caminho tinha uma grande parte de subida, o que fazia com que parecesse ainda maior do que era. Algumas luzes começavam a acender em um ou outro poste ao longo do percurso. Ao chegar no que ele considerava ser a metade (pois a partir dali não tinha mais subida), estava um pouco ofegante, ao mesmo tempo que maravilhado. Do ponto onde estava podia ver toda a cidade e, naquela sexta-feira, parecia que a cidade toda também olhava para ele. Uma interação entre o garoto e o meio que o deixara perplexo. As luzes da cidade acendiam a medida que o sol ia abandonando-a.
Ia descendendo destraído e sequer reparou que tinha alguém vindo na direção contrária. Esbarrou no outro e deixou, sem querer, que sua mochila fosse ao chão. Prontamente, foi ajudado a recolher o que havia caído. Os olhares se cruzaram e era como se tudo que o garoto havia visto até aquele momento não fosse tão belo e profundo quanto aquele olhar. Desculpou-se por sua distração e recebeu em troca um sorriso, que de tão sincero poderia iluminar toda a cidade. Ficaram ali, parados, começaram a conversar. O que estava subindo desistiu da aula e desceu junto do garoto. Sentaram-se em frente a casa dele e conversaram noite adentro."
Ele acordou com o som da campainha. Levantou-se e dirigiu-se ao portão. O outro entrou e o garoto começou a falar:
- Tive um sonho tão bom. Foi o dia em que a gente se conheceu.
- Te amo! -foi surpreendido com a frase repentina.
- Eu também... Eu também te amo! -concordou.
Abraçou-o e, com um toque nos lábios, conduziu-o para dentro. Iria preparar o jantar...




"Open your heart to me, baby,
I hold the lock and you hold the key.
Open your heart to me, darling,
I'll give you love if you... you turn the key."

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Bulletproof

Diferentemente das outras vezes, agora ele já não se importava mais. Não sentia doer como outrora sentira. Estava acostumado com o vai e vem dos relacionamentos. Quando o fim chegou apenas tirou o passado de cima, enterrou numa cova no fundo do quintal e seguiu em frente.
Estava, estranhamente, feliz. Apesar de, certas vezes, sentir-se como se fora apunhalado, já não era como da primeira vez. Percebia que tinha mudado mesmo, que tinha amadurecido -e se orgulhava muito disso. Deixou de ser o garoto sentimental e se tornou um jovem maduro, seguro, capaz de entender o jogo do amor e, mais ainda, capaz de jogá-lo de igual para igual com qualquer outra pessoa.
E, paradoxalmente, sentia-se, ao mesmo tempo, sozinho... e completo! E nada podia deixá-lo mais feliz do que essa sensação. :)




"this time, baby, i'll be bulletproof..." ♪

terça-feira, 9 de março de 2010

tudo aquilo que faltava

Longe de casa, longe dos amigos de tantos anos, longe de família, longe de sua cama, longe de sua zona de conforto...
Tudo novo, diferente, estranho. Passava o dia fora, voltava tarde da noite. Morto de saudades, tudo que mais queria era um colo pra deitar. Um cafuné, um abraço apertado. Queria tudo que tinha antes e aos quais não dava o devido valor. Mas a vida é assim. O sonho estava sendo realizado na faculdade e ele sabia que não seria fácil ficar longe de todos.
Naquele dia, especialmente, passara 16h fora. Cansado, querendo -muito mais do que antes- aquele colo. E eis que surge a única pessoa capaz de fazer todo aquele dia valer a pena. A janelinha subiu e o sorriso fez-se presente no rosto do garoto.
Estava feliz agora pois sabia que a única que importava estava lá, falando com ele. Dividindo os problemas, angústias e o fazendo acreditar que tudo ia dar certo e que depois de tudo, eles ficariam juntos. E todos os problemas seriam insignificantes. E era tudo que ele mais queria. Ficar junto da pessoa amada. E sabia que logo seria possível. Tinha planos e faria que eles dessem certo.
O garoto acertou o pulo dessa vez!


"Por onde andei, enquanto você me procurava? Será que eu sei que você é mesmo tudo aquilo que me faltava..." ♪

sábado, 13 de fevereiro de 2010

one in a million

deixou o medo de lado e decidiu se entregar. estava adorando ter a melhor pessoa do mundo gostando dele. mal podia acreditar que tinha conhecido alguém que era diferente, alguém que pensava como ele e que estava disposto a passar por cima das dificuldades. alguém disposto a fazer as coisas darem certo, que sabia -assim como ele- que com um pouco de vontade (e pozinho de pirlimpimpim ;p) tudo pode acontecer.
coisas boas acontecem pra pessoas boas. e ele se esforçava pra ser uma boa pessoa. já havia sofrido por esse tal de amor e agora, ilusionava não sofrer. imaginava poder, dessa vez, fazer um final diferente. jurou pra si mesmo que não estragaria tudo e tinha esperança de que a outra pessoa também não estragasse.
está confiante e sonhando que dessa vez vai funcionar. dessa vez vai. assim seja! (yn)




they say that good things take time,
but really great things happen in a blink of an eye
.

thought the chances to meet somebody like you were a million to one.
i can't believe it, whoooa... you're one in a million! ♪

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Os outros

E ele concentrava todo o seu amor, todo seu carinho. Estava tudo ali, na palma de suas mãos. E ele, com um grande sorriso no rosto, correu pra entregar o presente a quem lhe agradava; a quem ele queria por perto sem nem saber porquê; a alguém por quem seu coração chegava até a falhar de tão acelerado. Quando chegou perto da pessoa desejada, viu que ela já tinha se entregado a outro. E que eles estavam felizes.
E o chão embaixo de si se abriu e ele deixou cair tudo que trazia nas mãos. A pessoa amada, sem nem recordar-se dele, saiu de mãos dadas com o outro. E ele estava ali, ajoelhado, recolhendo o que podia achar do seu amor para, quem sabe Deus quisesse, ele entregar para outra pessoa.


Por que não eu, ah ah... Por que não eu? ♪

domingo, 31 de janeiro de 2010

sonhos e saudades.

Fechou a última mala com o cadeado. Suas roupas e pertences pessoais estavam naquelas bagagens. Juntamente com seus sonhos. Tinha, a partir daquele dia, uma vida nova pela frente. Cheia de possibilidades que ele queria aproveitar.
Na mala de mão ele colocou, junto ao celular e ca
rteira, seu álbum de fotos. As lembranças dos amigos que ele, infelizmente, não veria mais com tanta freqüência. A saudade já o invadia, antes mesmo de sair de casa. Levou as malas e acomodou-as no carro. Já era hora de partir. A cidade nova o esperava. Sozinho construiria sua vida dali pra frente. Estava ficando mais maduro e responsável.
A
ntes de ir embora corre
u de volta até sue quarto. Uma última olhada. Uma lágrima desceu por seu rosto até acabar-se em seus lábios. O gosto da saudade. A vontade de voltar sempre pro lugar que ele sempre chamará de casa e encontrar a família e os amigos. Muitas coisas passavam pela sua cabeça naquele momento. Apenas juntou todas elas e criou um sorriso no rosto. Mesmo sabendo que não obteria resposta – e se achando um tanto quanto louco – disse até logo ao quarto. Por um momento pensou ter ouvido algo em resposta, mas era fruto de sua fértil imaginação.
Deu as costas ao quarto e partiu encontrar seu destino.



quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

petrificação

encostado no canto do quarto, abraçado ao seu fiel amigo, o travesseiro, tentava parar de pensar. tentava entrar em estado vegetativo. queria acreditar que tudo estava bem. estava fazendo o que sempre fazia. deixando as emoções de lado. enrijecendo o exterior. ficando seco. tinha esperanças de que um dia seria racional o bastante para não querer ou necessitar de emoções. repetia como um mantra pra si mesmo: está tudo bem. no fundo, sabia que não estava. mas não queria escutar. fazia-se de surdo para a voz que falava dentro de seu coração. já amara demais. sofrera mais ainda. talvez não fosse a melhor solução. mas não sabia mais o que fazer para dor passar. seu peito parecia explodir.
agora, canalizava tudo que sentia no enrijecimento do seu exterior. seria impenetrável. impediria qualquer um de se aproximar. ninguém mais o magoaria. ninguém mais o faria sofrer. ninguém mais brincaria com ele. o mundo perdia, naquele momento, um dos garotos mais doces e carinhosos. o mesmo mundo que o criara, agora o modificava por completo. pegou o que lhe restava de amor dentro de si e cuspiu para fora.
ao levantar do canto onde estava sentado podia-se notar que o processo estava completo. o brilho dos seus olhos havia sumido. sua face, antes quente e cheia de possibilidades agora era fria. rígida. sem o amor, rejeitado, seu coração endurecera. havia virado pedra. e dali pra frente seria assim que sobreviveria. indiferente, insensível. como uma rocha.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Destino

Deitado na cama organizava na mente os fatos do dia. Tinha pra si mesmo que havia conhecido a pior pessoa do mundo. O pior tipo de pessoa que poderia existir. Alguém sem conteúdo. Com uma beleza que lhe agradava os olhos. Mas que não acrescentava nada para sua vida. E o pior: a pessoa valorizava ser daquele jeito: sem conteúdo. Julgava as pessoas pela aparência. Sentimentos, opiniões e pensamentos não importavam. Um rostinho bonito era o que agradava. O que ele não sabia era que beleza passa. Passa junto com o tempo. Simultaneamente amigo e traiçoeiro. E não fora diferente.
O garoto que acreditava que tocar o coração era mais importante do que tocar os olhos agora é um adulto feito. Vivendo junto de alguém que ele ama de verdade e que o ama também.
Aquele que cultuava a beleza afundou-se na depressão alguns anos mais tarde. Não encontrara alguém para lhe fazer feliz. A beleza se fora; e como não tinha nada a oferecer, cumpriu o destino que ele mesmo havia traçado. Seu corpo foi encontrado pendurado em uma corda numa das árvores do quintal da casa de seus pais. Morreu.
Velho. Sozinho.
Acabado.



Então, se ligue! Busque felicidade. Pra existir história tem que existir verdade... ♪

domingo, 10 de janeiro de 2010

Halo

Havia passado uma das melhores noites da sua vida. O boliche, os amigos, as risadas. Sentia-se bem. Sentia-se completo. Dirigia pelas casas dos colegas. Assegurava-se de deixar cada um em segurança. Sabia que era o certo. Sabia que sua parte ele fazia. Já passava das três horas quando despediu-se da última. Partia agora para sua casa. Cansado da noite, mas feliz. Dirigira por alguns quarteirões desde o último adeus. O celular caiu. O poste. A batida. O sangue escorrendo. A música ainda tocava no rádio do carro...

Baby, I can see your halo... ♪

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

por-do-sol

achar alguém de quem ele gostasse de verdade e com quem ele se identificasse era coisa rara. acontecia uma vez ou outra apenas. sentado na grama olhando o sol se por ele sabia que tinha acontecido novamente. mas, novamente também, ele sabia que o final era o mesmo. sabia que contos de fadas só existiam nas histórias que lia quando criança. sabia que duas pessoas que se gostam só ficavam juntas em televisão. sabia que pra ele as coisas não davam certo. afetivamente, ao menos, não. nunca haviam dado e ele já se conformava com o fato de, mais uma vez, a história se repetir. não era isso que o chateava naquele final de tarde. era que outra vez ele havia acreditado. havia sonhado que diferenças não eram o bastante para deixá-los separados. havia acreditado que ele daria um jeito, como sempre disse pra si mesmo que daria. mas não deu. e era isso que o entristecia. não a história se repetir, mas ele ter acreditado. sabendo que ia dar errado, mas ele havia acreditado. talvez ele fosse um garoto que gostasse de acreditar. o sol se pôs mais devagar naquele dia. talvez tentasse impedir o garoto de mergulhar. talvez quisesse observá-lo. talvez sentia-se como o garoto. solitário na imensidão do universo. talvez tivesse inveja de que o garoto pudesse por um fim em sua angústia. e, observando-o sumir nas profundezas do lago no parque, pôs-se.



(por mim mesmo)

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

e se?

e se você tivesse acordado diferente nesse ano? se você, milagrosamente, tivesse adquirido a capacidade de mudar o que quisesse. qualquer coisa mesmo. mudar seu corpo: ser mais alto, mais magro, ter um nariz menor, mais bunda, menos coxa; mudar sua casa: pô-la em outro bairro, em outra cidade, construir uma suíte no seu quarto, mudar a cor, os móveis, ter uma lareira; mudar suas convicções; mudar seus amigos; mudar suas memórias: apagar o que te fez mal, reviver o que te faz bem, esquecer pessoas, momentos, histórias; mudar seu carro: comprar o conversível preto que você sempre quis; mudar seu sentimentos: ser mais compreensivo, menos autoritário, amar mais, sofrer menos, ter menos ódio, não guardar rancor... é, e se? "se" não muda nada. ir a luta muda tudo.
talvez você não amanheça no dia seguinte com o carro dos senhos na garagem, mas talvez você acorde com o pé direito, acreditando que pode fazer as coisas darem certo. talvez você repense o que falar, o que sentir e como agir. você não vai apagar as coisas que te machucaram da mente, mas vai deixá-las de lado, viver apesar delas e não em favor delas. vai aprender a dar às coisas a real dimensão que elas tem e não projetar grandes catástrofes ao invés de problemas simples. é claro que você não acordou hoje com o poder de mudar tudo conforme queira. mas o potencial dentro de si, de mudar o que estiver ao seu alcance, de mudar de dentro pra fora está aí. é só saber usá-lo.
e se todos nós usássemos esse potencial? como será que o mundo estaria hoje?

feliz ano novo!